As margens são lugares de antecipação, de espera, de partida e de regresso.
Junto à margem encontram-se restos trazidos pela maré e também sobreviventes, aqueles que aguardam com esperança a onda que os leve de volta ao seu mundo azul de abundância.
Quando a maré está vazia, as margens parecem maiores e revelam um fundo habitualmente submerso que esconde grandes tesouros da natureza. Mas só os diligentes o descobrem. Só aqueles que não temem tirar os sapatos e arregaçar as mangas podem revolver o lodo para encontrar tesouros. Só aqueles que compreendem os tempos sabem que as marés baixas não representam vazios mas novas oportunidades.
Aos sobreviventes: a próxima onda já está determinada. Não vai falhar!
Aos pescadores de tesouros: aproveitar ao máximo antes da próxima maré!
(Foto minha - Barragem do Azibo, Vale da Porca - Salselas, Macedo de Cavaleiros)
Junto à margem: Encontro restaurador!
As margens são também lugares de regresso.
Após um tempo de trabalho árduo que exige a mobilização de esforços e todo o empenho de uma equipa, onde se enfrentam ventos, tempestades, perigos e frustrações, chegam à margem da praia os tripulantes cansados, esgotados de esperança e vontade de regressar.
Alcançar resultados contra ventos e marés pode tornar-se uma tarefa drenante de força e coragem. A continuidade exige retemperar forças e reorganizar esforços.
Junto à margem, entre a bruma, descobre-se um vulto empenhado em manter acesso um fogo que prepara uma refeição. Alguém suficientemente atento para perceber as necessidades de quem partiu com esperança e voltou com frustração, e com capacidade suficiente para as suprir.
Alguém especial, que a um tempo traz hoje o mantimento que lhe retempera as forças e reorganiza os esforços.
Junto à margem.
“Estarei contigo todos os dias até ao fim dos tempos…”
(Jesus - Mateus 28: 20)
Comacep – Outubro/2008
“De mãos dadas”
Água de Madeiros
Gostei imenso do teu cantinho! Vou voltar, com certeza!
ResponderExcluirObrigada pela visita e pelo comentário no meu espaço! Volta sempre!
Beijocas!