terça-feira, 28 de outubro de 2008

Livro de Reclamações

Hoje cheguei a casa, do escritório, às 23 horas… e sem jantar!!! Foi um dia para esquecer… O escritório parecia que tinha demónio (salvo seja!). A impressora não funcionava, o telefone não se calava… assim como um ilustre advogado… que mais parecia uma matraca desvairada a gritar-me do lado de fora do balcão enquanto eu, ao telefone (maldito!) ouvia os cacarejos da “esponja” (é verdade… foi assim que me soou aos óbidos…) de um exequente que queria saber se a “sinhora solicitadeira” (só faltou acrescentar “do executório”…aaaiiiiii) já tinha feito o “registro” da “pinhora” do “irmóvel” do “malandro do caloteiro do ex-patrão do meu marido!”. Haja paciência!!! Até se me “amarefou o celébro”!

E voltando ao assunto… que acima perdi-me em divagações (leia-se “desabafo”)… Vinha pela A28, a caminho de Viana e pensava: “Isto não são horas de sair do escritório… tou cansada… com fome… e nem um rebuçado ou chocolate na carteira… Pois é, Maria (que sou eu…) tens sempre alguma guloseima à mão e logo hoje… népias!!! Nada, niente, caput!”

Entrei em casa de rastos, e atirei-me para cima do sofá. E ainda tinha uma máquina de roupa para pôr a secar… e estava cheia de fome…

Comi, fiz as minhas “abluções” nocturnas e meti-me na cama… liguei o pc… e fui dar uma voltinha pelos meus blogs favoritos… e deparei-me com o texto que abaixo deixo o link directo. Vale a pena ler.

Veio-me logo à cabeça uma frase que o meu saudoso pai me ensinou em tenra idade e da qual nunca mais me esqueci: “Chorei por não ter sapatos até ver um homem que não tinha pés.

Pois… e pergunto eu: Quantas vezes nos queixamos disto e daquilo… porque chove… porque… porque está trânsito e vou chegar atrasada… porque este cliente é um chatarrão e nunca mais se cala… porque o almoço estava uma porcaria e veio frio e demorou muito… porque… porque… Reclamamos de tudo e de todos. E as crianças (e adultos também) que passam pelo mesmo que o menino do texto da Maria todos os dias, queixam-se de quê?

Já agora… pergunto também: E NÓS, RECLAMAMOS DE QUÊ???

Depois do dia de ontem… depois do meu post “Solidão…”, reconheço que não tenho do que realmente me queixar. Tenho saúde, trabalho, tecto e amigos, uns reais e outros virtuais (Obrigado Saltinho! Bjinhos)

Aqui --> Speechless fica o tal texto… na íntegra.


Dá que pensar…




Alguma reclamação???

domingo, 26 de outubro de 2008

Solidão...

Hoje sinto-me só... tão só... no meio da multidão. Invisível, sem importância, dispensável...








SÓ. TERRIVELMENTE SÓ!

sábado, 25 de outubro de 2008

A tradição já não é o que era!

“A tradição já não é o que era!” Uma frase que nos fartamos de ouvir, todos os dias. A propósito de toda e qualquer situação. Coisas há que mudaram e bem, pois algumas tradições antigas não se enquadrariam muito bem nos dias de hoje. A isso se chama evolução. Algumas mantêm-se até aos dias de hoje. Outras perderam-se ou estão a perder-se.

E perguntam-se vocês: “A que propósito vem isto? Mas que raio deu a esta? Saudosismo?” Foi isso mesmo. Saudades. Da minha infância, do tempo em que tudo era puro, em que nada (ou quase nada) fazia mal. Da fruta arrancada da árvore e comida só com uma esfregadela na roupa, das castanhas assadas na rua e comidas num cartuxo feito de uma folha arrancada da lista telefónica, de comer peixe do rio. Os tempos são outros.

Disto caminhamos para isto!

De tarde, ao observar da minha janela os filhos de vizinhos a brincar, apesar de estar uma tarde agradável e viver numa zona residencial onde o perigo do trânsito quase não existe, as crianças, cinco, estavam sentadas no pátio de uma das casas, de volta de um computador portátil. Gritavam excitadas. Espreitei… jogavam um desses jogos de estratégia militar. Voltei atrás no tempo e revi-me com a idade deles a jogar nesta mesma rua, com total liberdade de movimentos, sem ninguém nos controlar os passos. Jogávamos à bola, ao apanha, à macaca, ao mãezinha dás licença, ao lencinho e muitos outros. Divertíamo-nos horas a fio, todos os dias.

Este Verão, vários da minha geração, decidimos recuperar um espaço aqui na rua, a chamada “garagem” (trata-se de um espaço em tempos fechado com muro e portão em frente de três garagens particulares), onde nós brincávamos em crianças, com a ajuda das crianças de hoje (filhos) e transformá-lo num espaço lúdico onde recordamos brincadeiras antigas. Na minha pesquisa na Net, encontrei esta preciosidade que muito nos ajudou. Um bem-haja a quem se deu ao trabalho de recuperar algumas “tradições” e compilou esta obra para podermos ensinar às nossas crianças como se podem divertir sem estarem sempre “ligadas” à corrente!

O LEGISLADOR COMPULSIVO

O LEGISLADOR COMPULSIVO

“Dona Josefina sentiu o rompimento da bolsa das águas, telefonou ao Dr. Malato, seu consorte, e duas horas depois, deu à luz. Parto descomplexado foi aquele se se tiver em conta que o feto, desde o quarto mês, revelara uma insólita irreverência, trambolheando dia e noite no ventre materno. Parto Natural, “faça força Dona Josefina! Faça força! Respire fundo!”, enfim, o costumeiro, e, impante, saíra o jovem Marcelino, nadando em estilo mariposa e rindo, perante o espanto da reduzida plateia.

O médico que se preparava para a clássica nalgada e choro subsequente, poisou a criatura no colo de Dona Josefina, auto-flagelou-se num sumário exame de consciência, abjurou de Hipócrates e emigrou para o Iémen do Sul, passando a dedicar-se à meditação e à pastorícia.

O Dr. Malato, porém, viu, nas gargalhadas do neófito, um halo divino.
- Vai ser alguém na vida. Um revolucionário! No bom sentido, claro... – anunciou, nessa noite, perante uma roda de subordinados lá da repartição. Premonizava, certeiramente, o Dr. Malato.

Aos 4 anos de idade, o jovem, brincando aos médicos com a vizinha do rés-do-chão, insistia ele próprio em dar à luz e em amamentar as bonecas.

Aos 6 anos, semeou uma ninhada de viçosos pintainhos, regando-os e adubando-os, e durante meses esperou que, daquele palmo de terra, florescessem frondosas galinhas.

Aos 8 anos, Marcelino questionara Dona Miquelina, a mestra, tentando convencê-la de que o abecedário pelo que se impunha a aprendizagem das letras, de trás para a frente, “z”, “x”, “v” até ao “a” definitivo, permitiria, está bom de ver, uma revitalização da actividade editorial, com a necessidade de publicação de novos manuais escolares, mais emprego nas livrarias, nos transportes, efeito cascata sobre a economia nacional, etc..

Aos 10 anos, no adro da escola, pugnou (sem êxito, diga-se) junto dos colegas por uma alteração radical nas regras de futebol: ganharia a equipa que mais vezes conseguisse atirar a bola para lá dos muros da escola.

Os guarda-redes seriam dispensados por inutilidade superveniente. Um contrincante, guardião titular, menos atreito a inovações abusivas, esmurrou-o no nariz. Disto Dona Josefina e o Dr. Malato tinham notícia e exultavam, - Vai em frente, Marcelino!

Aos 15 anos, o infante apaixonou-se por uma professora de francês, de longos “erres” e longas pernas (“Marrrrcelinô, viens ici, mon cherrrri!”), mas cedo a paixão se desvaneceu quando não logrou convencê-la de que Baudelaire nascera em Salvaterra de Magos, e emigrara para França, no final da década de 60 e de que o Maio de 68 acontecera em 69.

Em assomos de incontida raiva, Marcelino trancava-se no seu quarto, mas ficava sempre do lado de fora, o que, dizia ele, lhe permitia uma maior liberdade de movimentos.

Dois anos depois, voltou a enamorar-se. Os seus oaristos, longos e profusamente adjectivados, enlouqueciam a eleita. Num dia enviava-lhe uma carta e, no dia seguinte, uma outra, revogando o conteúdo da precedente. Porém, logo a seguir, repristinava, em nova missiva, as juras da primitiva. Ao fim de meio ano de frenética interpretação epistolar, a jovem mudou de sexo e de endereço, perante a estupefacção de Marcelino. Recomposto, aos 19 anos prometeu casamento a uma colega de faculdade, mas o contrato esteve prestes a naufragar, quando, numa completa subversão das regras instituídas, exigiu que fosse o pai da noiva a oferecer-lhe a mão da filha.

O casório, por exigência de Marcelino, foi pouco convencional: a consumação deu-se por procuração bastante, a boda teve lugar na véspera e a cerimónia foi oficiada pelo vereador das Obras da Câmara Municipal, enquanto o padre, adequadamente paramentado, despachava, favoravelmente, o licenciamento de um prédio de 15 andares, em área protegida. Obviamente, que Marcelino envergava um vestido branco, de mousseline e longa cauda, e a noiva, a prendada Dona Estefânia, luzia um fato cinzento e um farto bigode, circunstância que originou aplausos espontâneos na plateia. Aos vinte e três anos, Marcelino conseguiu um diploma de licenciatura em Direito pela nóvel faculdade de Cabeceiras de Baixo, cum laude. O Dr. Malato, pessoa de influências, calcorreou a sua lista de conhecimentos não sem antes ter confabulado com Dona Josefina.

- O rapaz não é tolo. Mas noto-lhe uma propensão, quiçá exagerada, para o empolamento e para a subversão.
Que dizes Josefina?

Dona Josefina, que, sobre todos os temas, tinha opinião certeira, exprimiu-se.

- Pois será, Malato...

- Lembras-te, Josefina, de quando foi votar pela primeira vez? Recordas-te que o Presidente da mesa teve de chamar a GNR porque ele queria meter a urna, à força, dentro do boletim de voto? E lembras-te do dia em que tentou meter o microondas dentro de uma sande de chouriço?

- Se me lembro... O trabalho que eu tive para o convencer de que isso só dá com sandes de queijo...

- Pois é – prosseguiu o Dr. Malato. Temos um problema entre mãos. Na repartição não consigo encaixá-lo depois de ele ter andado por aí a distribuir panfletos a defender que o IRS deveria ser pago pelo Governo aos cidadãos, de uma vez só, logo à nascença e com correcção monetária.

- E nos Estrangeiros? Não conheces lá aquele Saraiva, que tem a mulher bexigosa?

- Não dá. O Saraiva demitiu-se. Agora dá aulas nas privadas. Sociogeopolítica Infra-Estruturas no Espaço Europeu. É uma coisa que está a dar. Quatrocentos alunos.

- E a Advocacia? Gostava tanto de ter um filho que defendesse os pobres e os ricos, uns contra os outros...

- Também não dá, mulher. A Advocacia é um antro de perdição. Entre a Advocacia e o inferno a única diferença é que a Advocacia pratica-se ainda em vida. E nem vejo como ele pudesse ser Advogado. Iria apresentar contestações antes da petição, iria apresentar recursos na Loja das Meias...

- Oh, Malato! Que sina a nossa! Suspirou Dona Josefina, olhando, de soslaio, na TV, o Big Brother.

O Dr. Malato sorveu duas puxadas no cachimbo e viu as volutas subirem, molengas, até ao tecto. De repente, deu um salto da poltrona e bateu na testa.

- A JUSTIÇA! Conheço o Meneses da Justiça! VAI ABRIR-SE UMA VAGA PARA LEGISLADOR!!!”

Publicado no “Boletim da Ordem dos Advogados”
(desconheço o autor e o nº da edição)


No seguimento do meu post anterior sobre a justiça… quem sabe não seria um legislador destes que a justiça portuguesa precisava. Afinal ele não faria nem mais nem menos do que os actuais “fazedores” das leis deste país. Basta ver a última “reforma” ao Código Penal… Sem comentários! Melhor. Reformem os legisladores actuais… A justiça portuguesa só tinha a ganhar…

Ah!... e ao menos com um “legislador compulsivo” sempre estava garantido que iríamos às lágrimas… mas não de tristeza… de rir mesmo… porque se assim fosse podíamos “achar” que, de verdade, estávamos a viver numa “república das bananas” ou “na casa da mãe Joana”… e poderíamos todos, alegremente, tal como o “Dr. Malato”, dedicar-nos “à meditação e à pastorícia”!


P.S.: A alguns (ou todos...) dos nossos legisladores, gostava de poder ter o "poder" de lhes mandar um bilhetinho igual a este aqui em baixo... ai gostava, gostava!


Cega e por vezes surda...


Encontrei este texto e como a “cena” me pareceu um retrato tão actual dos nossos dias em pleno século XXI, apesar de passada nos começos do século passado, decidi partilhar… Enjoy it... or not!!!



“Naqueles antigos tempos em que tudo estava devidamente ordenado e os crimes eram raros bastava o bom senso do regedor para assegurar o castigo dos atrevidos e a paz dos povoados, só se recorrendo às Justiças nos casos graves, sendo que, nesses casos, os processos eram preparados todos e de ponta a ponta pelos Procuradores, que interrogavam, eles mesmos, queixosos, suspeitos, declarantes e testemunhas, de tudo se fazendo registo escrito, num cursivo certinho que era das virtudes principais dos escrivães.

Concluído o processo pelo Senhor Procurador, dele se dava vista ao Senhor Juiz, que marcava os Julgamentos dos celerados dos Réus, que desse modo se chamavam os acusados que agora se tratam respeitosamente e por arguidos.

E aconteceu num caso que ficou famoso e que meteu até advogado da capital (tendo o Réu vendido três courelas para pagar a defesa), que o Senhor Juiz desse caso, tendo todas as virtudes que se supõem nos Senhores Juízes, era surdo. Surdíssimo. O Juiz era surdo como uma porta. E sabe-se que a Justiça deve ser cega, mas surda... E o Senhor Juiz não tinha carta de condução nem sabia conduzir automóveis, que nesse tempo já existiam alguns, sendo sempre uma canseira convencê-lo de que numa descida de grande inclinação convinha mudar da terceira mudança (os carros desse tempo só tinham três velocidades para a frente), para a segunda, porque desse modo, seria mais segura a condução, porque o Senhor Juiz aprendera que a segunda mudança tinha mais força do que a terceira e quando algum réu de desastre de viação - que poucos eram mas já aconteciam nesse tempo - para mostrar que era prudente e perito, contava que no começo da descida mudara da terceira para a segunda, o Sr. Dr. Juiz, depois de lhe fazer várias perguntas, dizendo que precisava de esclarecimentos sobre o que o Réu dissera, para não se perceber que não ouvira nada antes, e de ter encorajado o réu a falar alto, que não estamos numa igreja, quando finalmente entendia, o Sr. Dr. Juiz não se aguentava Ah! Você, quando devia reduzir a velocidade do seu carro, meteu uma mudança com mais força! Grande motorista! Já lhe faço a cama!

Lá se levantava o procurador, que, a berrar, lhe dava os esclarecimentos necessários. - Ah! O senhor Procurador diz-me que, com uma mudança mais forte, o carro anda menos! Não está mal o engano, não senhor...

Nesse tempo, como toda a gente fora ouvida antes do julgamento e de tudo se lavravam actas, que todas formavam o Corpo de Delito, nome dado ao processo da investigação, e como, nesses tempos, as pessoas mentiam muito menos do que agora, os Julgamentos, regra geral, confirmavam os Corpos de Delito, dado serem raros, raríssimos, os casos em que neles não se tivessem exarado todas as provas do processo.

Mas naquele caso apareceu uma testemunha nova, que pôs tudo em questão, e o advogado da capital, para fazer jus às courelas de que despojara o seu cliente, fez discurso fogoso, tenso, extenso e intenso, protestando a inocência do réu. E com razão, porque não tinham ficado dúvidas sobre a inocência do dito – a tantos quantos tinham ouvido a dita cuja testemunha.
Terminadas as alegações, o Juiz e o Procurador retiraram-se para um cubículo existente ao lado da Sala de Audiências que servia de gabinete do Juiz, porque nesse tempo poupava-se tudo, porque já estavam gastos há muito os dinheiros da canela e da pimenta da Índia e os do ouro do Brasil e ainda não estavam a receber-se os subsídios de Bruxelas; por isso, os Tribunais eram frequentemente instalados na casa da Câmara Municipal, que muitas vezes estava num casarão que os liberais tinham tirado a alguma ordem religiosa, que o tinha obtido... Mudemos de assunto...

Saídos da Sala de Audiências, disse o Juiz ao Procurador: Fume lá um cigarro, porque temos que entreter meia hora antes de ler a sentença, que, claro, já está feita. Fi-la no passado fim-de-semana; mas, se a ler já, o advogado ficará incomodado, porque verá que a Sentença estava feita antes do Julgamento e, portanto, antes das suas alegações, que merecem ser respeitadas, porque devem ter sido boas. Entusiastas foram, porque o homem fartou-se de fazer gestos...

Cerca de meia hora depois reentraram na Sala de Audiências, prenhe de curiosos, o Sr. Dr. Juiz e o Sr. Dr. Procurador. Fez-se silêncio sepulcral (já terão notado que todos os silêncios são sepulcrais. Falta de imaginação...). O Juiz sisudo, o Procurador, jovem, com ar desportivo, a galar as raparigas da assistência, e o advogado sorridente, confiante, mais do que seguro da absolvição certa do réu. - Vai o réu condenado na pena de prisão...”


Eurico Heitor Consciência
Advogado/Vice-Presidente do Conselho Superior
Publicado no “Boletim da Ordem dos Advogados”
Nº 47 – Maio/Agosto 2007


Porque trabalho na área da advocacia, conheço alguns (muitos…) casos que acabaram como este… mal… apesar das provas e dos “pesares”… e porque temos uma justiça que se presume “cega sempre” mas que é, com toda a certeza, “surda”. De pedra! Basta vermos algumas das “histórias” que “povoam” os noticiários portugueses. É a justiça que temos... or not!!!


"Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer."
Romanos 3: 10
Bíblia Sagrada

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Na margem...

Junto à margem: Sobrevivente ou Pescador?

As margens são lugares de antecipação, de espera, de partida e de regresso.

Junto à margem encontram-se restos trazidos pela maré e também sobreviventes, aqueles que aguardam com esperança a onda que os leve de volta ao seu mundo azul de abundância.

Quando a maré está vazia, as margens parecem maiores e revelam um fundo habitualmente submerso que esconde grandes tesouros da natureza. Mas só os diligentes o descobrem. Só aqueles que não temem tirar os sapatos e arregaçar as mangas podem revolver o lodo para encontrar tesouros. Só aqueles que compreendem os tempos sabem que as marés baixas não representam vazios mas novas oportunidades.

Aos sobreviventes: a próxima onda já está determinada. Não vai falhar!

Aos pescadores de tesouros: aproveitar ao máximo antes da próxima maré!

(Foto minha - Barragem do Azibo, Vale da Porca - Salselas, Macedo de Cavaleiros)


Junto à margem: Encontro restaurador!

As margens são também lugares de regresso.

Após um tempo de trabalho árduo que exige a mobilização de esforços e todo o empenho de uma equipa, onde se enfrentam ventos, tempestades, perigos e frustrações, chegam à margem da praia os tripulantes cansados, esgotados de esperança e vontade de regressar.

Alcançar resultados contra ventos e marés pode tornar-se uma tarefa drenante de força e coragem. A continuidade exige retemperar forças e reorganizar esforços.

Junto à margem, entre a bruma, descobre-se um vulto empenhado em manter acesso um fogo que prepara uma refeição. Alguém suficientemente atento para perceber as necessidades de quem partiu com esperança e voltou com frustração, e com capacidade suficiente para as suprir.

Alguém especial, que a um tempo traz hoje o mantimento que lhe retempera as forças e reorganiza os esforços.

Junto à margem.

Estarei contigo todos os dias até ao fim dos tempos…
(Jesus - Mateus 28: 20)

Comacep – Outubro/2008
“De mãos dadas”
Água de Madeiros

Deserto...


"Se não puderes ir para o deserto, tu deves ainda assim “produzir” algum deserto na tua vida. Deixar de vez em quando a companhia dos homens e buscar a solidão para restaurar, em prolongados silêncios e oração, a matéria da alma. O deserto, no entanto, não é o destino final. É um estágio na jornada."

(Ivan Illitch)

domingo, 5 de outubro de 2008

Eu sou a BÍBLIA

(Foto minha - a minha Bíblia)


Eu, a Bíblia, estou nas tuas mãos. Quero ser uma bênção para ti. Então atenta para as verdades que te digo e para os conselhos que te dou ao pórtico de qualquer leitura das minhas páginas:

1. Sou o Livro dos Livros. Nenhuma criação ou obra humana se sobrepõe a mim, porque sou a palavra inspirada do Senhor (II Tim. 3:16);

2. Não sou livro de ciências, embora a elas faça algumas referências: sou o livro do coração de Deus para o teu coração carente de alimento espiritual. (Sal. 42:1-2);

3. Apresento cenas, painéis, histórias, provérbios, poesias, lutas de reis, factos sociais vulgares, intrigas palacianas, atitudes nobres, procedimentos vis, fracassos e vitórias de grandes personalidades, santos e ímpios, e faço-o com inteira imparcialidade. Sou a verdade (João 17:17);

4. Entro em aposentos de reis e príncipes, em casebres paupérrimos, em escritórios de sábios e de inteligências menos aquinhoadas, para lhes anunciar o maior amor, o amor de Deus em Cristo Jesus. Sou o livro mais popular do mundo (Is 11:9);

5. Vivo na mente e no coração de milhões de criaturas. Se eu desaparecesse da face da Terra agora, grande parte do que tenho e sou seria reconstituída por leitores meus e crentes piedosos que não se envergonham de mim (Rom 1:16);

6. Desejo ser pão para a tua fome da verdade (João 6), água para a Tua sede de vera Justiça (Atos 17:3), bálsamo para as tuas angústias e sofrimentos morais (Mat 11:28), bússola para todas as tuas peregrinações neste mundo (Sal 119:19);

7. Por mim aprenderás que há um Deus só, um Mediador entre ti e o Pai (I Tim 2:5), um Mestre e Senhor (João 13:13) - JESUS. Esperança nossa (I Pe 1:3). Amigo sem par (João 13:1);

8. Moisés teve de tirar as sandálias dos pés para pisar a terra santa (Ex 3:5). Descalça as sandálias da vaidade humana, porque vais meditar na Catedral do Espírito. Em mim fala o Senhor (1:2);

9. Não me manuseies com altivez acadêmica, mas com humildade, com o santo propósito de ouvir a mensagem de Cristo, a luz do Mundo (João 8:12). Diz como o jovem Samuel: - "Fala, Senhor, porque o teu servo ouve". (I Sam 3:5, 10);

10. Com oração e sossego, com amor e fé, com singeleza de coração, aproxima-te de mim e o Deus da verdadeira Paz será contigo eternamente (Fil 4:9).

"Autor desconhecido"

Memorando de Deus

Vejo que choras.

O teu choro atravessa a escuridão, infiltra-se pelas nuvens, mistura-se com a luz das estrelas e chega ao Meu coração, na trilha de um raio de Sol.

Angustiei-Me pelo grito de uma lebre estrangulada no laço de uma armadilha, um pardal caído do ninho materno, uma criança que se batia indefesa num lago, um filho que derramava seu sangue na cruz.


Sabes que Te escuto. Fica em paz. Acalma-te.

Eu trago o alívio para o teu pesar, pois sei qual é a causa... e a cura.


Choras por todos os teus sonhos de infância, que desapareceram com os anos.
Choras por todo o teu amor-próprio, que foi corroído pelo fracasso.
Choras por todo o teu potencial, que foi barganhado por segurança.
Choras por toda a tua individualidade, que foi pisoteada pelas multidões.
Choras por todo o teu talento, que foi desperdiçado pelo uso errado.


Encaras a ti mesmo com vergonha e te voltas, apavorado, da imagem que vês reflectida na superfície da água. Quem é esse deboche de humanidade que te fita, com os olhos descorados de vergonha?

Onde está a graça dos teus modos, a beleza de tua figura, a rapidez de teus movimentos, a clareza de tua mente, a eloquência da tua língua?

Quem roubou os teus bens? A identidade do ladrão é tua conhecida, como é de Mim?

Certa feita colocaste a tua cabeça num travesseiro de relva, no campo de Teu Pai e fitaste uma catedral de nuvens, e soubeste que todo o ouro da Babilónia seria teu, com o tempo.
Certa feita leste em muitos livros e escreveste em muitas tábuas, convencido além de qualquer dúvida de que toda a sabedoria de Salomão seria igualada e ultrapassada por ti.
E as estações transformaram-se em anos, até que tu reinasses supremo, em teu próprio jardim do paraíso.

Lembras-te de quem implantou esses planos e sonhos e sementes de esperança em ti? Não podes lembrar. Não tens recordação daquele momento, quando surgiste pela primeira vez no ventre de tua mãe e coloquei a Minha mão em teu cenho macio. E do segredo que cochichei na tua pequena orelha, quando leguei as Minhas bênçãos a ti? Lembras-te do nosso segredo? Não podes lembrar. Os anos passados destruíram a tua recordação, pois encheram-te o espírito de medo, dúvida, ansiedade, remorso, ódio, e onde essas feras habitam, não há espaço para recordações alegres.

Não chores mais. Estou contigo... este momento é a linha divisória da tua vida. Tudo que se passou antes não parece mais do que com este tempo em que dormiste dentro do ventre de tua mãe. O que é passado morreu. Que os mortos sepultem os mortos. No dia de hoje, regressas dos mortos-vivos. No dia de hoje, como Elias com o filho da viúva, Eu Me estendo sobre ti três vezes e voltas a viver. No dia de hoje, como Elisha com o filho do sunamita, ponho a Minha boca sobre a tua, os Meus olhos sobre os teus, as Minhas mãos sobre as tuas, e a tua carne volta a aquecer-se.
No dia de hoje, como Jesus no túmulo de Lázaro, ordeno-te que saias, e tu sairás andando da tua caverna do destino, afim de começar a vida nova. Este é o dia do teu nascimento. Esta é a tua nova data de nascimento. A tua primeira vida, como uma peça de teatro, foi apenas ensaio. Desta vez a cortina subiu. Desta vez o mundo observa, espera para aplaudir. Desta vez não fracassarás. Acende as tuas velas. Divide o teu bolo. Serve o vinho. Tu renasceste. Como uma borboleta saída da crisálida, voarás... tão alto quanto quiseres e nem as vespas, nem as libélulas, nem os louva-a-deus da humanidade obstruirão a tua missão ou a tua procura pelas verdadeiras riquezas da vida.

Sente a Minha mão na tua cabeça, escuta a Minha sabedoria. Deixa-me partilhar contigo, mais uma vez, o segredo que ouviste ao nascer e esqueceste. "És o meu maior milagre". És o maior milagre do mundo. Foram estas as primeiras palavras que ouviste. Depois, choraste. Todos choram. Não acreditaste em Mim, nessa ocasião... e nada aconteceu, nos anos decorridos, para corrigir a tua descrença. Pois como podias ser um milagre, quando te consideras um fracasso nas tarefas mais comuns? Como podes ser um milagre, quando tens pouca confiança ao lidar com as mais banais responsabilidades? Como podes ser um milagre, quando te achas acorrentado pela dívida e ficas acordado, atormentado, para saber de onde virá o pão de amanhã?

Basta. O leite derramado azedou. Mesmo assim, quantos profetas, quantos homens sábios, quantos poetas, quantos artistas, quantos compositores, quantos cientistas, quantos filósofos e mensageiros enviei com a mensagem da tua divindade, do teu potencial para a divindade e os segredos da realização? Como foi que os trataste?


Ainda assim Eu amo-te e estou contigo agora, por meio destas palavras, a fim de cumprir o profeta que anunciou que o Senhor voltará a por a mão pela segunda vez, a fim de recuperar o resto da Sua gente.

Eu recoloquei a Minha mão.

Esta é a segunda vez.
Tu és o que me resta.
De nada adianta perguntar; não soubeste, não ouviste, não te foi contado desde o início, não o compreendeste, desde os fundamentos da Terra?
Tu não soubeste; não ouviste; não compreendeste.
A ti foi dito que és uma divindade em disfarce, um deus se fazendo de tolo. A ti foi dito que és uma obra especial, nobre na razão, infinita em faculdades, precisa e admirável em forma e movimentando-se como um anjo, como um deus na apreensão. A ti foi dito que és o sal da terra.
Recebeste o segredo até mesmo de mover as montanhas, executar o impossível.
Não acreditaste em ninguém. Queimaste o teu mapa da felicidade, abandonaste o teu direito à paz de espírito, apagaste as velas que haviam sido colocadas ao longo da tua trilha destinada de glória; depois cambaleaste, perdeste-te e assustaste-te na escuridão da futilidade e auto comiseração, até tombares num inferno da tua própria criação.

Depois choraste, bateste no peito e amaldiçoaste a sorte que te havia sido dada. Tu recusaste-te a aceitar as consequências dos teus próprios pensamentos mesquinhos, feitos indolentes, e procuraste um bode expiatório, para o incriminar pelo teu fracasso. Com que rapidez o descobriste...

Tu incriminaste-Me, a Mim! Gritaste que as tuas deficiências, a tua mediocridade, a tua falta de oportunidade, os teus fracassos... eram a vontade de Deus.
Estavas errado! Examinemos. Vamos, antes, relacionar as tuas deficiências, pois como posso pedir-te que construas uma vida nova, se não tiveres as ferramentas?


És cego? O Sol ergue-se e põe-se sem que o vejas? Não. Podes ver... e os cem milhões de receptores que coloquei nos teus olhos capacitam-te a desfrutar a mágica de uma folha, um floco de neve, um lago, uma águia, uma criança, uma nuvem, uma estrela, uma rosa, um arco íris... e a expressão do amor. Conta uma bênção.


És surdo? Pode uma criança rir ou chorar sem que escutes? Não. Tu ouves... e as vinte e quatro mil fibras que coloquei em cada um dos teus ouvidos vibram com o vento nas árvores, as ondas que se desmancham nas rochas, a majestade de uma ópera, a súplica de um pássaro, crianças brincando... e as palavras Eu te amo. Conta outra bênção.

És mudo? Os teus lábios movem-se e só emitem saliva? Não. Podes falar... como nenhuma outra de minhas criaturas, e as tuas palavras podem acalmar os raivosos, animar os desanimados, encaminhar o desalentado, alegrar os infelizes, aquecer os solitários, louvar os dignos, encorajar os derrotados, ensinar os ignorantes... e dizer Eu te amo". Conta outra bênção.

És paralítico? A tua forma inerte esbulha a terra? Não. Tu podes mover-te. Não és uma árvore condenada a um local enquanto o vento e o mundo abusam de ti. Podes espreguiçar-te, comer dançar e trabalhar, pois dentro de ti coloquei quinhentos músculos, duzentos ossos e sete milhas de fibras nervosas, todos sincronizados por Mim, afim de fazerem o que queiras. Conta outra bênção.

Não és amado e não amas? A solidão engole-te, noite e dia? Não, não é mais assim. Pois agora conheces o segredo do amor, que, para se receber deve ser dado sem qualquer ideia de retribuição. Amar para obter realização, satisfação ou orgulho não é amor. Amar é um bem pelo qual não se exige retribuição alguma. Agora sabes que amar sem egoísmo constitui a sua própria recompensa. E mesmo que o amor não seja retribuído, não se perde, pois voltará a ti e abrandará e purificará o teu coração. Conta outra bênção. Conta duas vezes.

O teu coração está abalado? Ele vaza e esforça-se para manter a tua vida? Não. O teu coração é forte. Toca no teu peito e sente o teu ritmo, pulsando, na hora, dia e noite, trinta e seis milhões de batidas a cada ano, ano após ano, adormecido ou desperto, bombeando o teu sangue por mais de sessenta mil milhas de veias, artérias e capilares... bombeando mais de seiscentos mil galões por ano. O homem nunca criou máquina assim. Conta outra bênção.

Estás com doenças de pele? As pessoas se voltam e fogem apavoradas à tua aproximação? Não. A tua pele está limpa, é uma maravilha da criação, precisando apenas que a trates com sabão, óleo, escova e cuidados. Com o tempo, o mais forte dos metais se desgastará com o uso, mas não essa camada que constitui em volta de ti, ela se renova constantemente, as células antigas substituídas pelas novas, exactamente como o ser antigo que és tu, te vês agora substituído pelo novo. Conta outra bênção.

Os teus pulmões estão poluídos? O alento da vida luta para entrar no teu corpo? Não. As tuas portinholas para a vida sustentam-te até nos mais conspurcados ambientes de tua própria feitura e trabalham sempre para filtrar o oxigénio que dá a vida, enquanto livram o teu corpo de detritos gasosos. Conta outra bênção.

O teu sangue está envenenado? Acha-se diluído em água e pus? Não. Dentro de 5 litros de sangue encontram-se 22 triliões de células sanguíneas e dentro de cada célula encontram-se milhões de moléculas, e dentro de cada molécula há átomos oscilando mais de 10 milhões de vezes por segundo. A cada segundo, 2 milhões de tuas células sanguíneas morrem, sendo substituídas por outros dois milhões, numa ressurreição que prossegue desde o teu primeiro nascimento. Conta outra bênção.

És deficiente mental? Já não podes pensar por ti próprio? Não. O teu cérebro é a estrutura mais complexa do universo. Eu sei. Dentro do teu cérebro, num quilo, existem 13 biliões de células nervosas, número três vezes maior que o de pessoas na tua Terra. Para ajudar-te a guardar cada percepção, cada som, cada sabor, cada cheiro, cada acto que vivenciaste desde o dia do teu nascimento, Eu implantei, dentro das tuas células, mais de mil milhões de moléculas de proteínas. Cada incidente na tua vida está ali, esperando apenas a tua chamada. E para auxiliar o teu cérebro no controlo do teu corpo, Eu espalhei, por toda a tua forma, quatro milhões de estruturas sensíveis à dor, quinhentos mil detectores de tacto e mais duzentos mil detectores de temperatura. Nenhum ouro de nação alguma se acha melhor protegido do que tu.

Nenhuma das tuas amigas maravilhosas é melhor do que tu.
Tu és a Minha melhor criação.
Dentro de ti existe energia atómica suficiente para destruir qualquer das grandes cidades do mundo e... reconstruí-la.
És pobre? Não existe ouro ou prata na tua bolsa? Não. Tu és rico! Juntos acabamos de contar a tua riqueza. Examina a lista. Volta a contá-la. Calcula os teus bens!

Por que te traíste, a ti próprio? Por que afirmaste, aos gritos, que todas as bênçãos da humanidade te haviam sido tiradas? Por que te enganaste a ti próprio, afirmando que estavas impotente para modificar a tua vida? Estás destituído de talento, sentidos, capacidades, prazeres, instintos, sensações e orgulho? Estás destituído de esperança? Por que te encolhes nas sombras, um gigante derrotado, esperando apenas um transporte para o vazio bem-vindo e a humidade do inferno?


Tu tens tanto! As tuas bênçãos transbordam da tua taça... e tu não lhes deste atenção, como uma criança mimada e no luxo, pois Eu as conferi a ti com generosidade e regularidade.
Responde-me. Responde a ti mesmo. Que homem, rico, velho e doente, fraco e indefeso, não trocaria todo o ouro do seu cofre pelas tuas bênçãos, a que deste tão pouca importância?

Toma conhecimento, então, do primeiro segredo da felicidade e êxito; o de que possuis, agora mesmo, todas as bênçãos necessárias para alcançares grande glória. Elas são o teu tesouro, as tuas ferramentas com que construir, a começar de hoje, o alicerce para uma vida nova e melhor. Assim sendo, Eu te digo, conta minhas bênçãos e já sabes que és minha maior criação. Esta é a primeira lei a que deves obedecer, a fim de executares o maior milagre do mundo, o regresso da tua humanidade vinda da morte viva.

E sê reconhecido pelas tuas lições aprendidas na pobreza. Pois não é pobre aquele que tem pouco, mas aquele que deseja muito... e a verdadeira segurança não está nas coisas que se possui, mas nas coisas sem as quais não se pode viver.


Onde estão as deficiências que produziram o teu fracasso? Existiam apenas na tua mente. Conta as tuas bênçãos.

E a segunda lei é como a primeira, proclama a tua raridade. Tu te condenaste a um refugo de olaria e lá estavas, incapaz de perdoar o teu próprio fracasso, a destruir-te com ódio a ti mesmo, auto-recriminações e revolta pelos teus crimes contra ti mesmo e outros. Não estás perplexo? Não te espantas com o motivo pelo qual posso perdoar os teus fracassos, as tuas transgressões, os teus modos deploráveis... quando tu não podes perdoar a ti próprio?

Eu falo-te agora por 3 motivos. Precisas de mim. Não és um numa manada que marcha para a destruição em massa parda de mediocridade. E... tu és uma grande raridade.
Examina uma pintura de Rembrandt, um bronze de Degas, um violino de Stradivarius ou uma obra de Shakespeare. Eles têm um grande valor por 2 motivos: os seus criadores foram mestres e são poucos em número. No entanto, existem mais do que um de cada um deles. Por esse raciocínio, tu és o tesouro mais valioso da face da Terra, pois tu sabes quem te criou e existe apenas um de ti. Nunca, em todos os 70 biliões de seres humanos que caminham neste planeta desde o início dos tempos, houve alguém exactamente igual a ti. Nunca, até o fim dos tempos, haverá outro tal como és.

Tu não demonstraste conhecimento ou apreciação pela tua singularidade. No entanto, tu és a coisa mais rara do mundo.


De teu pai, em seu momento de amor supremo, fluíram inúmeras sementes de amor, mais de quatrocentos milhões em número. Todas elas, ao nadarem dentro de tua mãe, perderam o ânimo e morreram. Todas, menos uma! E essa eras tu. E começaste uma vida nova. A tua vida. Tu chegastes, trazendo contigo, como faz toda criança, a mensagem de que Eu ainda não estava desanimado do homem. Duas células agora unidas em milagre. Com todas as combinações à minha ordem, iniciando-se com aquele espermatozóide isolado do teu pai, um de quatrocentos milhões, passando pelas centenas de genes em cada um dos cromossomas de tua mãe. Eu poderia ter criado trezentos mil milhões de seres humanos, cada qual diferente do outro.

Mas, a quem Eu criei? A ti! Um único. O mais raro dos raros. Um tesouro sem preço, dotado de qualidades mentais, de fala e movimento, aparência e actos, como nenhum outro já existiu, existe ou existirá. Porque te avaliaste em centavos, quando vales todo o tesouro de um rei? Porque ouviste aqueles que te diminuíam... e, muito pior, porque acreditaste neles? Escuta. Não escondas mais a tua raridade na escuridão. Trá-la à luz. Mostra ao mundo. Esforça-te para não caminhar como o teu irmão caminha, nem falar como teu líder fala, nem trabalhar como trabalha o medíocre. Jamais faças como o outro. Nunca imites. Pois nunca sabes se vais imitar o mal, e aquele que imita o mal sempre vai além do exemplo estabelecido, enquanto que aquele que imita o que é bom, sempre fica aquém disso. Não imites ninguém. Sê tu próprio.

Esta é portanto, a segunda lei. Proclama a tua raridade. E agora recebeste duas leis. Conta as tuas bênçãos. Proclama a tua raridade. Não tens deficiências. Não és medíocre. Obriga-te a sorrir. Reconhece como te enganaste a ti mesmo. Que me dizes da tua própria queixa? A oportunidade nunca te procura?


Escuta, e ela passará a te procurar, pois agora Eu te dou a lei do êxito em todos os empreendimentos. Há muitos séculos, esta lei foi dada aos teus antepassados, do cimo de uma montanha. Alguns ouviram a lei, e vê, a sua vida preencheu-se com os frutos da felicidade, realização, ouro e paz de espírito. A maioria não deu ouvidos, pois procurava meios mágicos, caminhos dúbios, ou esperou pelo demónio chamado sorte para que lhe entregasse as riquezas da vida. Esperou em vão... assim como tu esperaste, e depois chorou, como tu choraste, atribuindo a sua falta de sorte à Minha vontade.

A lei é simples. Jovem ou velho, indigente ou rei, negro ou branco, homem ou mulher... todos podem utilizar o segredo com vantagem, pois, de todas as regras e discursos e escrituras de êxito e como alcançá-la, apenas um método jamais falhou... quem quer que te obrigue acompanhá-lo por uma milha... acompanha-o por duas.

Esta, portanto é a terceira lei... o segredo que produzirá riquezas e aclamações além dos teus sonhos... Anda mais uma milha!

O único meio certo de êxito é prestar mais e melhor serviço do que esperam de ti, não importa qual seja a tua tarefa. Este é um hábito seguido por todas as pessoas vitoriosas, desde o início dos tempos. Assim sendo, Eu mostro-te o caminho mais certo para te condenares à mediocridade, qual seja executares apenas o trabalho pelo qual és pago.


Não creias que estás a ser enganado, se entregares mais do que a prata que recebes. Pois existe um pêndulo para toda a vida, e o suor que entregas, se não for recompensado hoje, voltará amanhã duplicado. O medíocre nunca anda mais de uma milha, pois deixa de ver o motivo pelo qual deve enganar-se a si próprio, ao que acredita. Mas tu não és medíocre. Andar mais uma milha é privilégio do qual te deves apropriar por tua própria iniciativa. Não podes, não deves evitá-lo. É negligenciar, fazer apenas tão pouco quanto os outros, e a responsabilidade pelo teu fracasso será apenas tua.

Não podes mais prestar serviços sem receber compensação justa do que podes impedir a prestação deles sem sofrer a perda da recompensa. Causa e efeito, meios e fins, sementes e fruta não podem ser separados. O efeito já floresce na causa, o fim preexiste no meio, e a fruta está sempre na semente.

Anda mais uma milha.

Não te preocupes, caso venhas a servir um senhor ingrato. Serve-o mais. E em vez dele, que seja Eu quem se encontra na tua dívida, pois então saberás que cada minuto, cada gesto de serviço a mais será pago. E não te preocupes, caso a tua recompensa não venha logo. Quanto mais tempo retarda o pagamento, melhor para ti... e juros compostos sobre juros compostos são o maior benefício dessa lei.


Não podes ordenar o êxito, apenas o podes merecer... e agora conheces o grande segredo necessário para merecer a sua recompensa rara.

Anda mais uma milha!

Onde está esse campo do qual tu gritaste, choraste, dizendo que não havia oportunidade? Olha! Olha ao redor. Vê onde ainda ontem te espojavas nos detritos da auto-comiseração, agora caminhas bem erecto, sobre um tapete de ouro. Nada mudou, apenas tu, mas tu és tudo.Tu és o meu maior milagre. Tu és o maior milagre do mundo. E, agora, as leis da felicidade e êxito são três. Conta as tuas bênçãos! Proclama a tua raridade! Anda mais uma milha!


Sê paciente com o teu progresso. Contar as tuas bênçãos com gratidão, proclamar a tua raridade com orgulho, percorrer mais uma milha e depois outra, tais actos não são realizados num piscar de olho. No entanto, aquilo que adquires com mais dificuldade é que reténs por mais tempo; como aqueles que adquiriram uma fortuna são mais cuidadosos com ela do que aqueles aos quais ela chegou por herança. E não receies ao entrares na tua vida nova. Cada aquisição nobre é acompanhada por seus riscos. Aquele que receia encontrar-se com uma não deve contar obter a outra. Agora sabes que és um milagre.

E não existe medo num milagre.

Orgulha-te. Não és o capricho momentâneo de um criador descuidado, fazendo experiências no laboratório da vida. Não és o escravo de forças que não podes compreender. Não és a manifestação livre de nenhuma outra força senão a Minha, de nenhum outro amor senão o Meu. Foste feito com um intuito.


Sente a Minha mão. Ouve as Minhas palavras. Precisas de mim... e Eu preciso de ti. Temos um mundo a reconstruir... e se tal requer um milagre, o que é isso para nós? Ambos somos milagres, e agora temos um ao outro.


Nunca perdi a fé em ti, desde aquele dia em que primeiro te fiz de uma onda gigantesca e te atirei, indefeso, sobre as areias. Na tua medida de tempo, tal ocorreu há mais de quinhentos milhões de anos. Muitos foram os modelos, muitas as formas, muitas as dimensões, até que Eu atingisse a perfeição em ti.

Não fiz qualquer outro esforço para aperfeiçoar-te em todos esses anos.

Pois como se poderia aperfeiçoar um milagre? Tu eras uma maravilha a contemplar e Eu me satisfiz. Dei-te este mundo e o domínio sobre ele. Dei-te o poder de imaginar. Depois, a fim de te capacitar a alcançar o teu pleno potencial, coloquei a Minha mão em ti, mais uma vez e dotei-te de poderes desconhecidos a qualquer outra criatura do Universo, até o dia de hoje.Dei-te o poder de pensar. Dei-te o poder de amar. Dei-te o poder de querer. Dei-te o poder de rir. Dei-te o poder de imaginar. Dei-te o poder de criar. Dei-te o poder de planejar. Dei-te o poder de falar. Dei-te o poder de orar.


O Meu orgulho em ti não conheceu limites. Eras minha criação suprema, o meu milagre maior. Um ser vivo completo, uma criatura que pode ajustar-se a qualquer clima, a qualquer vicissitude, a qualquer desafio. Uma criatura que pode cuidar de seu próprio destino sem qualquer interferência Minha. Uma criatura que pode traduzir uma sensação ou percepção, não por instinto, mas por pensamento e deliberação, levando-a a qualquer acto que fosse melhor para ela e para toda a humanidade. Assim chegamos à quarta Lei de êxito e felicidade... pois Eu te dei um poder mais, poder tão grande que nem mesmo os meus anjos o possuíam... Eu te dei... poder de escolher. Com este Dom, coloquei-te acima até mesmo dos meus anjos... pois os anjos não têm a liberdade de escolher o pecado. Dei-te o controle completo sobre o teu destino. Eu te disse para determinares, por ti próprio, a tua própria natureza, de acordo com a tua própria vontade livre. Nem divino, nem terreno em natureza, estavas livre para modelar-te na forma que preferisses. Tinhas o poder de escolher a degeneração para formas mais baixas de vida, mas também tinhas o poder, pelo juízo da tua alma, de renascer nas formas mais elevadas, que são divinas. Nunca retirei o teu grande poder, o poder de escolher. O que fizeste com esta força tremenda? Olha para ti mesmo. Pensa nas escolhas que fizeste na tua vida e lembra, agora, aqueles momentos amargos em que cairias de joelhos se, ao menos, tivesses a oportunidade de voltar a escolher. O que passou, passou... e agora, tu conheces a quarta grande lei da felicidade e êxito... usa com sabedoria o poder da tua escolha.

Escolhe amar... em vez de odiar.
Escolhe rir... em vez de chorar.
Escolhe criar... em vez de destruir.
Escolhe perseverar... em vez de desistir.
Escolhe louvar... em vez de difamar.
Escolhe curar... em vez de ferir.
Escolhe dar... em vez de roubar.
Escolhe agir... em vez de lamentar.
Escolhe crescer... em vez de apodrecer.
Escolhe orar... em vez de amaldiçoar.
Escolhe viver... em vez de morrer.

Agora sabes que os teus infortúnios não foram a minha vontade, pois todo o poder estava depositado em ti, e o acumulo de feitos e pensamentos que te colocaram no refugo da humanidade foram tua obra, não Minha. Meus dons de poder foram grandes demais para a tua natureza pequena. Agora tu tornaste-te alto, sábio, e os frutos da terra serão teus. És mais do que um ser humano. És capaz de grandes maravilhas. O teu potencial é ilimitado. Quem mais, entre as minhas criaturas, conquistou o fogo? Quem mais, entre as minhas criaturas, conquistou a gravidade, perfurou os céus, dominou a doença e a pestilência e a seca? Nunca mais voltes a diminuir-te! Nunca mais te conformes com as migalhas da vida! Nunca mais escondas os teus talentos a partir deste dia! Lembra-te da criança que diz: "quando eu for grande..." Mas o que é isso? Pois o menino grande diz: "Quando eu crescer..." E quando crescido, ele diz: "Quando eu me casar..." Mas estar casado, o que é isto, afinal? O pensamento transforma-se então para: "Quando eu me reformar..." E então, chega a reforma, e ele lança o olhar sobre a paisagem que atravessou; o vento frio sopra sobre ele e, de algum modo, ele perdeu tudo aquilo, e o que queria desapareceu. Desfruta este dia, hoje... e amanhã, amanhã. Executaste o maior milagre do mundo. Voltaste de uma morte viva. Não mais sentirás auto comiseração, e cada dia será um desafio e uma alegria. Tu renasceste... mas, exactamente como antes, podes escolher o fracasso e o desalento, ou o êxito e a felicidade. A escolha é tua. A escolha é exclusivamente tua. Eu só posso observar como antes... com satisfação... ou pesar. Lembra-te, então, das quatro leis da felicidade e êxito.

Conta as tuas bênçãos.
Proclama a tua raridade.
Anda mais uma milha.
Usa sabiamente o teu poder de escolha.

E mais uma, para completar as quatro outras. Faz todas as coisas com amor... amor por ti próprio, amor por todos os outros, amor por Mim.

Enxuga as tuas lágrimas. Estende a mão, apanha a Minha, põe-te erecto.

Deixa-me retirar as mortalhas sepulcrais que te envolviam.

Neste dia, foste notificado.


TU ÉS O MAIOR MILAGRE DO MUNDO!

sábado, 4 de outubro de 2008

O que é o AMOR?

Numa pequena vila havia uma pequena escola. Uma professora em especial, era muito querida pelos seus pequenos alunos. Eles se sentiam tão à vontade com ela, que não tinham medo de perguntar nada. Durante uma aula, um aluno perguntou:

- Professora, o que é o amor?

A professora sentiu que a criança merecia uma resposta à altura da pergunta que tinha feito e pensou num modo de explicar na prática, para que todos entendessem. Como já estava na hora do recreio, pediu para que cada aluno desse uma volta pelo pátio da escola e que cada um trouxesse o que mais despertasse nele o sentimento de amor.

As crianças saíram apressadas e quando acabou o recreio voltaram entusiasmadas.

A professora então pediu: Quero que cada um mostre o que trouxe.

A primeira criança disse: Eu trouxe esta flor, não é linda? Vou levá-la para casa e colocá-la numa jarra bem bonita.

A segunda criança falou: Eu trouxe esta borboleta. Veja o colorido de suas asas, vou colocá-la na minha colecção.

A terceira criança completou: Eu trouxe este filhote de passarinho.

Ele tinha do ninho junto com outro filhote. Não é uma gracinha?

E assim as crianças foram se colocando, uma a uma.

Quando todos já haviam apresentado as suas descobertas, a professora notou que havia uma criança que tinha ficado quieta o tempo todo.

Ela estava corada de vergonha, pois não tinha trazido nada.

A professora dirigiu-se a ela e perguntou:
- Meu amor porque não trouxeste alguma coisa?

E a criança timidamente respondeu:
- Desculpe professora. Vi a flor, senti o seu perfume, pensei em arrancá-la, mas preferi deixá-la para que o seu perfume se espalhasse por mais tempo e as pessoas pudessem ver a sua beleza. Vi também a borboleta, leve, colorida! Ela parecia tão feliz voando de lá para cá, que não tive coragem de prendê-la. Vi também um passarinho caído entre as folhas, mas quando eu subi à árvore notei o olhar triste da sua mãe e preferi devolvê-lo ao ninho.

Portanto professora, trago comigo o perfume da flor, a sensação de liberdade da borboleta e a gratidão que senti nos olhos da mãe do passarinho.

A professora agradeceu emocionada àquela criança e deu-lhe a nota máxima.

Essa criança, entre todas as outras, foi a única que percebeu que só podemos trazer o amor no coração.

Somente no coração...

Com DEUS no comando...